“Valentão” que faz bullying tem duas <br> vezes mais chance de ter insônia

publicado em 08/06/2011 às 06h00: Pesquisa aponta que roncos e sonolência constante também afetam mais os brigões

ThinkstockThinkstock A hipótese do estudo é que o sono atrasado afeta certas áreas do cérebro e deixa crianças mais propensas à violência


Estudantes "valentões", que fazem bullying com os colegas, têm duas vezes mais chance de apresentar insônia e problemas de sono, comparados com jovens que se comportam bem.

A informação é de uma pesquisa da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, que reuniu informações sobre os hábitos do sono de 341 crianças do ensino fundamental.

Os pais e os professores deram dados sobre cada garoto e garota, além de informações sobre casos de insônia.

Cerca de 113 jovens (33%) sofriam com problemas de comportamento ou eram brigões. Essas crianças foram mais afetadas por roncos, dificuldade para respirar dormindo e sonolência durante o dia, afirma o estudo, publicado inicialmente no periódico Sleep Medicine.

Também há uma associação entre ser valentão e sofrer de apneia do sono, desordem que reduz e pode até parar a respiração da pessoa enquanto ela dorme.

A pesquisa sugere que o esforço dos EUA para acabar com o bullying têm se concentrado em punir os brigões e proteger as vítimas.

Mas o foco pode ser alterado, ao menos em parte, ao dar atenção para questões de saúde associadas a comportamentos agressivos, sugere a universidade.

Associação

A pesquisa mostra uma ligação entre os maus hábitos e o problema de sono, afirma a autora, Louise O'Brien. Ela ressalta, no entanto, que as informações não provam que a insônia é a causa do bullying.

- Nestes tempos em que nós estamos vivendo em uma sociedade conectada 24 horas por dia, o sono é a primeira coisa a ser perdida, principalmente na idade [de ser criança].

A hipótese é que o sono atrasado afeta certas áreas do cérebro. Quando há um problema, o equilíbrio emocional e a habilidade de tomar as decisões certas se perdem.

- Não podemos dizer que há uma relação de causa e efeito, mas certamente isso faz sentido com muitos estudos e informações que já tínhamos.

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