Nova regra da Fuvest vai deixar <br> 21 cursos automaticamente mais difíceis

publicado em 02/06/2011 às 19h23: atualizado em: 02/06/2011 às 20h47 Letras, pedagogia, música e química terão nota de corte maior com relação ao ano passado

Rafael Sampaio e Renan Truffi, do R7Julia Chequer/R7 - 08/01/2011Julia Chequer/R7 - 08/01/2011 Alunos sobem escada para fazer prova da segunda fase da Fuvest


Ao menos 21 cursos da Fuvest vão ter aumento automático na nota de corte, com as mudanças no vestibular aprovadas pelo Conselho de Graduação da USP (Universidade de São Paulo) nesta quinta-feira (2).

Mural:
Concorda com mudanças na Fuvest?

Carreiras como letras, pedagogia, música, química e matemática possuíam nota de corte entre 26 e 22 pontos, até a última edição do vestibular, no ano passado.

Com as novas regras da Fuvest, a nota de corte desses cursos sobe para 27.

A nota de corte é o menor número de pontos que um candidato tem que fazer para passar para a segunda fase. Um estudante que esteja disputando uma vaga em economia, por exemplo, teve que acertar 48 questões das 90 cobradas na primeira fase da Fuvest, em 2010.

A mudança na nota de corte atinge vários dos cursos menos procurados.

A pró-reitora de graduação da USP, Telma Maria Zorn, confirmou que o aumento da nota de corte serve para eliminar o aluno que não chegaria à segunda fase sozinho. Ela estima que um em cada dez alunos acerte 22 questões só chutando, no formato adotado hoje.

- A nota de corte mais alta vai aumentar essa proporção de um para 100. A mudança dá oportunidade para os melhores alunos.

Questionada sobre os 21 cursos que ficarão mais difíceis, ela disse que o aumento na nota de corte deles é "irrelevante".

O R7 havia antecipado em março as propostas que seriam votadas para a Fuvest. Elas foram apresentadas na primeira reunião do Conselho de Graduação que discutiu o tema, no dia 31 daquele mês.

Na época, ficou decidido que o bônus automático de 3% para alunos de escola pública acabaria. Também foram aprovadas mudanças no Pasusp - a prova de avaliação seriada da universidade.


Veja cursos que terão nota de corte maior, de 27 pontos

Educação Física - USP Ribeirão PretoFonoaudiologia - USP Ribeirão PretoCiências da Informação - USP Ribeirão PretoPedagogia - USP Ribeirão PretoCiências da Atividade Física - USP LesteLicenciado em Enfermagem - USP Ribeirão PretoCiências da Natureza - USP LesteEngenharia de Biossistemas - USP PirassunungaLicenciatura em Ciências Exatas - USP São CarlosLicenciatura em Geociências e Educação AmbientalMatemática Aplicada - USP Ribeirão PretoQuímica - licenciatura - USP Ribeirão PretoFonte: Última edição da Fuvest
(*) Nessas carreiras, a prova específica de aptidão é feita antes da 1ª fase


Outras mudanças

No total, cinco propostas foram votadas - juntas, elas podem tornar o vestibular mais difícil do que já é.

Outra novidade: a primeira fase voltará a ser contabilizada na pontuação final da Fuvest. No último vestibular, esta fase valia só para que os alunos pudessem ser aprovados para a etapa seguinte.

Outra medida, aguardada com ansiedade pelos estudantes, era a redução do número de questões no segundo dia da segunda etapa. Na edição anterior, os candidatos tiveram que responder a 20 perguntas de todas as disciplinas neste dia.

Com a aprovação da medida, os alunos passarão a responder 16 questões. A mudança foi adotada em 2009, durante a gestão da ex-pró-reitora da USP Selma Garrido Pimenta, e não teve boa aceitação.

A quarta proposta foi a mudança no valor do fator K. O índice define o mínimo de alunos que podem ser aprovados para a segunda etapa. Atualmente, de dois a três candidatos passam para a segunda fase.

A partir deste ano o fator K será proporcional a quantidade de candidatos de cada curso. A medida tem como objetivo diminuir o número de vagas que sobram na Fuvest.

Outra proposta aprovada que tem a mesma intenção é a possibilidade do candidato mudar a opção de curso após a terceira chamada, a chamada reescolha da carreira.

Veja as respostas do quiz aqui