O Conselho de Graduação da USP (Universidade de São Paulo) se reúne pela terceira a vez para tentar votar mudanças no vestibular da instituição. A reunião ocorre nesta quinta-feira (2).
Nos últimos encontros, os conselheiros não chegaram a um consenso. A última reunião estava marcada para o dia 19 de maio, mas foi adiada devido à morte do universitário Felipe Ramos de Paiva na noite anterior, no dia 18.
Segundo o professor Mauro Bertotti, diretor do grupo de estudos para mudanças no vestibular da Pró-Reitoria de Graduação da USP, se não houver uma conclusão na reunião de hoje será difícil que as alterações valham para a Fuvest deste ano.
As propostas
Cinco propostas serão votadas, entre elas a redução no número de questões da segunda fase. Outra possibilidade é de reduzir o "fator K" - que define o mínimo de alunos que podem ser aprovados para a segunda etapa. Atualmente, de dois a três candidatos passam para a segunda fase.
Outra questão bem polêmica é a aumentar a nota de corte mínima da Fuvest, que passaria de 22 a 27 pontos. Tudo isso junto levaria a uma maior dificuldade no vestibular.
A diminuição do número de questões atingiria o segundo dos três dias da segunda fase, quando são cobradas 20 questões de todas as matérias, exceto português. O atual modelo – aprovado em 2009 e adotado no vestibular de 2010 – foi muito criticado pelos vestibulandos.
Nas discussões anteriores, a pró-reitora da USP, Telma Maria Zorn, admitiu que o tempo para a realização da prova é curto, mas que aumentá-lo seria inviável - por isso, a ideia é reduzir o número de questões.
Telma disse ainda que o aumento na nota de corte tem como objetivo selecionar alunos mais qualificados.- Com uma nota de corte mais alta, aumenta a qualificação dos alunos que entram na USP.
Discussão
Segundo a estudante Amanda Voivodic, que até a última reunião representava os universitários na votação, as propostas foram muito criticadas por professores pela falta de discussão com a comunidade universitária. Amanda considera que a votação foi adiada para que a pró-reitora não saísse "perdendo" no embate.
Já a pró-reitora atribui o adiamento ao pouco tempo que os cursos tiveram para debater o projeto. Ela aproveitou para anunciar que as propostas seriam apresentadas em vídeo em todas as unidades. Telma explicou que a ideia da proposta de reforma na Fuvest é melhorar a seleção dos candidatos.
- É uma decisão de muita responsabilidade. Quero deixar bem claro que não é uma modificação de fato na estrutura do vestibular. São pequenas [mudanças] que julgamos necessárias para moldar o desempenho e a qualidade do aluno que está entrando [na USP].
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