Divulgação Bad Romance no violino e tocada em sala de aula. A versão inusitada da música de Lady Gaga atraiu crianças e jovens que tiveram oportunidade de assistir a uma aula do tipo master-classe com professores da Juilliard School, considerada a melhor de música do mundo, nesta quinta-feira (2) em São Paulo.
A convite da Embaixada dos Estados Unidos, cinco educadores da famosa instituição musical de Nova York estão na cidade até o dia 9 de junho, para dar aulas e oficinas a alunos de três instituições: o projeto Guri, a Escola de Música Tom Jobim (ligada ao governo de São Paulo) e a Orquestra Jovem do Estado.
Trazer a música pop - de Justin Bieber, Katy Perry e Lady Gaga - para os instrumentos de orquestra foi a maneira encontrada pelos professores para familiarizar ainda mais os estudantes de instrumentos de corda com o mundo da música.
A aula especial começou com um concerto interativo. Os professores Claire Bryant (violoncelo), Megan Griffin (viola), Ritchie Zah (violino), Charles Yang (violino) e Kristoffer Saebo (contrabaixo) iniciaram as atividades com uma apresentação de quinteto para cordas do compositor tcheco Antonín Dvorak.
Separados em grupos, os 56 alunos presentes tiveram que “mergulhar” na composição e imaginar cenários, personagens, cores e cheiros. O resultado da brincadeira foi surpreendente e na interpretação das crianças teve de tudo: lutador japonês, animais correndo na floresta, preto e branco, explosão de cores, cheiro do mar salgado e do perfume de folhas verdes. Segundo Claire, coordenadora da Juilliard fora dos EUA, “o importante na música é a interpretação de cada um”.
- É preciso entender o que os outros [músicos] estão fazendo para uma orquestra ter sintonia. Toda interpretação é válida, desde que se baseie no que está sendo apresentado. É preciso se permitir se transferir para a música.
Com celulares prontos para registrar a aula tão importante, os estudantes entenderam a razão de ouvir e tocar também seus ídolos pop, por exemplo, no violino. Extrovertido, o professor Charles Yang mostrou que não é preciso ser sério para tocar o instrumento. Pelo contrário: a expressão o sorriso no rosto mudam a forma como as pessoas recebem a música, ensinou ele aos pequenos. Yang, que tem 22 anos, começou a aprender o violino com 3 anos de idade.
- Detestava [tocar violino], porque fui forçado pelos meus pais. Mas, quando descobri o prazer da música, aos 10 anos, passei a adorar. É preciso se divertir, sentir a música. Por isso estou gostando tanto de estar no Brasil; essas crianças mostram vontade de aprender não só a técnica, como é mais comum nos Estados Unidos, mas também o prazer que ela proporciona.Admirado com o que presenciou, Bruno Oscar, 11, não vê a hora de aprender todas as músicas de que gosta para levar à igreja que frequenta. Já Laís Franco, 18 anos, quer ir além e trabalhar com trilha sonora, já que faz faculdade de rádio e TV e estuda contrabaixo.
Projeto Guri
Lançado a partir de uma parceria da Secretaria da Cultura de São Paulo com a organização Santa Marcelina Cultura, o projeto Guri Santa Marcelina oferece educação musical a alunos de 6 a 18 anos em 20 polos de ensino. Atualmente, são 7.500 crianças e adolescentes que dividem os estudos regulares, do colégio, com as aulas de instrumentos. Ao todo, o Guri têm 13.500 matriculados, afirma Ricardo Appezzato, coordenador pedagógico do projeto.
- Para participar, é preciso estar estudando. Às vezes o menino vem de outro Estado, não consegue vaga no colégio e as assistentes sociais [do Guri] acabam conseguindo uma maneira de matriculá-lo em alguma escola.
Ricardo explica que o projeto não “compete” com o colégio; as horas de ensaio podem ser agendadas nos pólos, que ficam abertos aos estudantes. Os concertos que os alunos apresentam pelo país são todos aos finais de semana, assim como as viagens - que fazem com frequencia.
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