A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) criticou nessa terça-feira (31) livros didáticos aprovados pelo MEC (Ministério da Educação) que fazem comparações entre os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), supostamente elogiosos ao petista e depreciativos ao tucano.
Ao questionar o ministro Fernando Haddad, presente na Comissão de Educação, para explicar os critérios de seleção, a senadora disse ser um “absurdo” trechos de livros que, segundo ela, ensinavam que Lula, ao ser eleito, havia tirado as elites e levado o povo ao poder.
- Isso é um absurdo. No Brasil, os eleitores elegem seus representantes. Quando fala dos anos Fernando Henrique Cardoso, ele só coloca nos títulos “apagão”, “privatizações”. Coloca fotos de pizzas, de filas de desempregados. Quando passa para o governo Lula, é só coisa boa: as crianças todas tomando merenda, a história e a bandeira do PT, e as pessoas recebendo bolsa-família.
Em resposta na própria comissão, Haddad disse que não avalia os livros “pinçando uma frase”. Ressaltou que os livros também apresentam fatos negativos do governo Lula.
- Diz que o PT teve que fazer “diversas concessões”, “alianças com partidos adversários”, “se viu envolvido em escândalos que atingiram a direção do partido, ministérios, que levou à abertura de CPIs”.
Haddad encerrou a fala dizendo que ficaria preocupado se algum livro fosse vetado pelo MEC por tratar dos dois ex-presidentes ou de um deles.
- Se porventura, aos olhos de cidadãos, parlamentares, tivesse um viés oposto, que fosse rejeitado pelo MEC por essa razão, aí sim eu ficaria preocupado. Aí sim estaria se fazendo dois pesos e duas medidas.
Em sua intervenção, Marisa Serrano argumentou que “é muito difícil” ensinar sobre a história contemporânea sem “visão distorcida”. Haddad respondeu que é difícil para o MEC retirar essa matéria dos livros, já que são questões cobradas no vestibular das universidades pelo país.
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