
Um estudo publicado neste mês na Revista Latino-americana de Desenvolvimento Humano, do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), mostra que o desenvolvimento da educação no país deixou o brasileiro mais tolerante em relação ao preconceito contra pessoas portadoras do vírus da Aids, brasileiros de outras raças, aborto, eutanásia, prostituição e homossexualidade.
De autoria do professor Ednaldo Aparecido Ribeiro, do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Maringá, a pesquisa revela que o aumento da escolaridade em um ano reduz em 19% as chances de a pessoa evitar morar ao lado de uma pessoa portadora do vírus do HIV.
Os números também tiveram queda em relação a homossexuais. O mesmo aumento de nível escolar proporciona uma redução de 14% nas chances de uma pessoa evitar morar ao lado de gays.
Com base em dados produzidos pelo WVS (World Values Survey), em sondagens datadas de 1991, 1997 e 2006, o professor também mostra que diminuiu de 30,2% para 21,5% o número de brasileiros que têm preconceito com homossexuais.
A mesma tendência acontece no caso dos portadores do vírus HIV, onde houve baixa de 23,3% para 14,8%, e pessoas de outras raças, de 4,8% para 4,4%.
Apenas no caso de imigrantes, ficou registrado o aumento da discriminação. Trabalhadores de outras nacionalidades passaram a ser mais rejeitos. Só que, no mesmo período, o preconceito aumentou de 3,9% para 6,7%.