Sudeste conta com 63,8% dos brasileiros<br> assalariados que possuem diploma universitário

publicado em 25/05/2011 às 13h35: Digualdade educacional influencia diretamente nos salários dos trabalhadores brasileiros

A desigualdade educacional no Brasil é evidente quando analisada a distribuição regional das pessoas assalariados com diploma universitário. A região Sudeste do país concentra 63,8% do pessoal assalariado com nível superior, seguida da região Sul com 15% do pessoal assalariado com nível superior. 

A informação foi divulgada nesta quarta-feira (25) na pesquisa Estatística do Cadastro Central de Empresas - com base em dados de 2009 - realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Por sua vez, a região Nordeste conta com 11,7% de participação do pessoal assalariado com nível superior, seguida do Centro-Oeste (6,8%) e de (2,7%) na região Norte. 

Segundo Denise Freire, gerente da pesquisa do IBGE, estas informações confirmam que a qualidade da educação realizada no Brasil é bastante desigual entre todas as regiões e que o país precisa criar políticas para que o ensino seja igualado, pois no futuro, vai influenciar nos salários dos trabalhadores brasileiros. 

- Existe ainda uma diferença salarial significativa entre os brasileiros empregados em empresas que possuem nível superior e os que não possuem. Isso mostra a importância da educação para melhores salários. Essa diferença é bastante significativa também entre os setores da economia e entre as regiões brasileiras. Como existem poucas vagas para o nível superior, os salários tendem a ser maiores por conta da lei da oferta e da demanda [procura]. 

O salário médio dos funcionários com diploma universitário é 299,2% maior que o dos empregados que estudaram até o ensino médio. Enquanto aqueles com nível superior ganham em média R$ 4.239, os que não têm a mesma escolaridade recebem R$ 1.062,14.

O IBGE esclarece que a análise regional dos brasileiros assalariados com nível superior foi realizada a partir das informações das empresas locais. As 4,8 milhões de empresas e outras organizações ativas no país somavam 5,2 milhões de unidades locais, ocupavam 46,7 milhões de pessoas, das quais 40,2 milhões como assalariadas, que recebiam R$ 781,9 bilhões em salários e outras remunerações. 

As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste apresentavam maiores participações do pessoal assalariado masculino no pessoal ocupado assalariado total (68,6%, 68,1% e 65,6%, respectivamente), acima da média brasileira (64,5%). As maiores participações do pessoal ocupado assalariado feminino eram observadas nas regiões Sul (38,2%) e Sudeste (36,0%), acima da média do país (35,5%). 

Pesquisa recente da Unesco confirma este cenário precário no ensino educacional brasileiro, ao apontar que as desigualdades entre as regiões são evidentes em todas as etapas educacionais.

Segundo a entidade, a região Norte apresenta a pior situação na educação infantil, já que apenas 27,7% das crianças estão matriculadas na idade correta. Nos outros quesitos, a região Nordeste é que está em maior desvantagem. Apenas 6,9% dos jovens de 18 a 24 anos da região têm acesso ao ensino superior.

Os melhores índices estão com as regiões Sul, seguida do Sudeste. Por sua vez, a taxa de analfabetismo da região nordeste é quase o dobro da taxa nacional: 20,8% contra 10,5%.

A região Sul apresenta a menor taxa, 5,7%, seguida da região sudeste, com 6,1%, do centro-oeste, com 8,3% e do Norte, com 11,3%, de acordo com dados analisados de levantamento feito pela Unesco. IBGE