Quase 10% dos adultos e adolescentes brasileiros não sabem ler nem escrever. O percentual representa 14 milhões de pessoas que deixaram os estudos por algum motivo em determinada época de suas vidas.
E, onde o Estado não atua, as iniciativas individuais fazem a diferença. Ao ver a necessidade das pessoas à sua volta, a professora Elisabete Dias resolver abrir uma salinha de alfabetização gratuita na laje de sua casa, no conjunto de favelas no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro.
Lá que seu José, que não sabia ler, nem escrever aos 50 anos, aprendeu a juntar as letras e se apaixonar pelos livros e fez Elisabete realizada com seu trabalho. Ao aprender, o copeiro Antonio Nogueira, que segue à escola diariamente após um dia cheio no trabalho, fala da confiança e da autoestima que o ensino tem o poder de proporcionar.
Nunca é tarde, diz Aparecida Fortunado de 74 anos. Prova disso é Iracema Barbosa. A costureira começou a assistir às aulas com a sua filha pequena na sala de aula, já que não havia ninguém com quem deixá-la. Hoje, 15 anos depois, ela se preparara para prestar vestibular com um livro de poesia de sua autoria.