Após a determinação sumária da presidente Dilma Rousseff para suspender a distribuição do chamado “kit-gay”, o ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que o governo manterá a política de combate à discriminação e violência contra homossexuais na rede de ensino.
- O problema não é em relação ao mérito da causa, mas ao caso concreto. Até porque, eu repito, é uma determinação constitucional o combate ao preconceito de qualquer tipo, religioso, de orientação sexual, por gênero, de raça.
Em entrevista à imprensa, Haddad disse que o atual material, composto por vídeos polêmicos com histórias de adolescente travesti, bissexual e lésbicas, será agora reavaliado pelo Comitê de Publicações, composto pela cúpula do MEC (Ministério da Educação).
Depois, se aprovado, subirá para nova análise na Secretaria de Comunicação da Presidência.
A tendência, porém, é que seja barrado no próprio comitê e que a ONG Ecos, que o elaborou, sob encomenda do próprio ministério, seja orientada a alterar ou mesmo refazer os vídeos.
O R7 revelou que o MEC pagou R$ 743 mil pela produção do material, em convênio pedido por parlamentares ligados ao movimento gay em 2008. O ministério disse que não haverá novos pagamentos para refazer o kit.
Haddad disse que no próprio ministério existem especialistas que "compartilham" da opinião da presidente Dilma de que os vídeos não atendem seu propósito, de desestimular o preconceito contra homossexuais.
- Entendem não que o material provoque qualquer escândalo, mas que o material não está desenhado de maneira a produzir aquilo para o que foi elaborado.
O ministro voltou a negar que os vídeos tenham chegado a escolas, mas que somente sua produção foi feita, sem cópias para distribuição.