Mesmo sem “kit-gay”, governo <br> vai manter política anti-homofobia

publicado em 26/05/2011 às 14h35: Ministro da Educação confirmou que material passará por nova análise

Renan Ramalho, do R7, em Brasília

Após a determinação sumária da presidente Dilma Rousseff para suspender a distribuição do chamado “kit-gay”, o ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que o governo manterá a política de combate à discriminação e violência contra homossexuais na rede de ensino.

- O problema não é em relação ao mérito da causa, mas ao caso concreto. Até porque, eu repito, é uma determinação constitucional o combate ao preconceito de qualquer tipo, religioso, de orientação sexual, por gênero, de raça.

Em entrevista à imprensa, Haddad disse que o atual material, composto por vídeos polêmicos com histórias de adolescente travesti, bissexual e lésbicas, será agora reavaliado pelo Comitê de Publicações, composto pela cúpula do MEC (Ministério da Educação).

Depois, se aprovado, subirá para nova análise na Secretaria de Comunicação da Presidência.

A tendência, porém, é que seja barrado no próprio comitê e que a ONG Ecos, que o elaborou, sob encomenda do próprio ministério, seja orientada a alterar ou mesmo refazer os vídeos.

O R7 revelou que o MEC pagou R$ 743 mil pela produção do material, em convênio pedido por parlamentares ligados ao movimento gay em 2008. O ministério disse que não haverá novos pagamentos para refazer o kit.

Haddad disse que no próprio ministério existem especialistas que "compartilham" da opinião da presidente Dilma de que os vídeos não atendem seu propósito, de desestimular o preconceito contra homossexuais.

- Entendem não que o material provoque qualquer escândalo, mas que o material não está desenhado de maneira a produzir aquilo para o que foi elaborado.

O ministro voltou a negar que os vídeos tenham chegado a escolas, mas que somente sua produção foi feita, sem cópias para distribuição.