Há mais de um mês, os 60 mil estudantes das quatro universidades estaduais da Bahia estão sem aula. A greve dos professores reivindica do governo do estado, Jaques Wagner (PT), a retirada de uma cláusula do acordo salarial 2010, que congela os salários por quatro anos, e a revogação do Decreto 12.583/11, que contingencia verbas no serviço público.
Na sexta-feira (6), após afirmar que não negociaria com a categoria em greve, o governo recebeu representantes dos professores e apresentou uma nova versão da cláusula. Em assembleia na manhã desta quinta (12), os professores da universidades públicas avaliaram que a nova redação não mudou o caráter impeditivo da cláusula e a rejeitaram, mantendo a exigência pela retirada de todo seu conteúdo.
Já está agendada uma reunião de negociação com o governo para a próxima segunda-feira (16), na Secretaria de Educação, às 14h, quando alguns professores farão uma concentração na porta da Secretaria.
Na Uesb (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia) a greve também foi deflagrada pelos estudantes. Na Uefs (Universidade Estadual de Feira de Santana), os técnico-administrativos fizeram uma paralisação de dois dias (11 e 12 de maio) e avaliam em assembleia nesta sexta-feira (13) para a retirada de um indicativo de greve. Na Uneb (Universidade do Estado da Bahia) a greve dos professores foi iniciada mais tarde e está completando 17 dias.
Para pressionar o fim da greve, o governo cortou os salários dos professores da Uefs, Uesb e Uesc (Universidade Estadual de Santa Cruz) do mês de abril, mas a categoria continua em greve.
As negociações entre o governo e os professores pela incorporação da gratificação CET (Condições Especiais de Trabalho) ao salário base duraram mais de um ano. Os professores aceitaram o pagamento da incorporação de forma parcelada até 2014. No entanto, no dia da assinatura do Acordo o governo surpreendeu a categoria incluindo no documento a cláusula restritiva.