Livro adotado pelo MEC defende falar errado

publicado em 13/05/2011 às 10h00: atualizado em: 13/05/2011 às 10h29 A obra foi distribuída pelo Programa Nacional do Livro Didático para 4484.195 alunos

Agência EstadoReproduçãoReprodução A obra foi distribuída para 4484.195 alunos


"Nós pega o peixe" ou "os menino pega o peixe". Para os autores do livro de língua portuguesa 'Por uma vida melhor', da coleção Viver, aprender, adotado pelo MEC (Ministério da Educação), o uso da língua popular - ainda que com seus erros gramaticais - é válido. 

Em um trecho do livro os autores lembram que, caso deixem a norma culta de lado na comunicação oral, os alunos podem sofrer "preconceito linguístico".

- Você pode estar se perguntando: `Mas eu posso falar 'os livro'?. Claro que pode. Mas fique atento porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico. Muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever, tomando as regras estabelecidas para a norma culta como padrão de correção de todas as formas linguísticas.

 O livro foi distribuído pelo Programa Nacional do Livro Didático para a Educação de Jovens e Adultos a 484.195 alunos de 4.236 escolas, informou o MEC. Em nota enviada pelo ministério, a autora Heloisa Ramos diz que é preciso deixar de lado a conotação de certo e errado na língua e adotar os termos adequado ou inadequado.

- O importante é chamar a atenção para o fato de que a ideia de correto e incorreto no uso da língua deve ser substituída pela ideia de uso da língua adequado e inadequado, dependendo da situação comunicativa.Como se aprende isso? Observando, analisando, refletindo e praticando a língua em diferentes situações de comunicação.

Heloisa afirma que o livro tem como fundamento os "documentos do MEC para o ensino fundamental regular e EJA (Educação de Jovens e Adultos)" e leva em consideração as matrizes que estruturam o Encceja (Exame Nacional de Certificação de Jovens e Adultos).

A editora Global se defendeu das "acusações" e disse que é responsável pela comercialização e produção do livro, e não pelo conteúdo.

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