
Estudantes de 11 cursos do campus da Unesp (Universidade Estadual Paulista) em Botucatu, no interior de São Paulo, decidiram entrar em greve nesta quinta-feira (12) para reivindicar a criação de um restaurante universitário. A paralisação, decidida em assembleia, só não atingiu os alunos do quinto e do sexto ano de medicina que atendem no setor de residência do Hospital das Clínicas.
De acordo com representantes do Centro Acadêmico, a suspensão das aulas foi um protesto contra a decisão da diretoria de não se reunir com os alunos. Os diretores se dispuseram a receber representantes do grupo, mas os estudantes queriam uma reunião geral.
A manifestação teve início na quarta (11) com uma passeata de 300 alunos pelas ruas do campus. À tarde, eles ocuparam o prédio e pretendiam permanecer no local, mas à noite a Justiça deu liminar em ação de reintegração de posse movida pela universidade.
Durante a ocupação, os funcionários foram obrigados a suspender o trabalho. Os alunos saíram da diretoria, mas decidiram acampar na frente do prédio. Eles disseram que a direção convocou a Polícia Militar para "dialogar" com os estudantes. Uma assembleia estava marcada para a noite desta quinta (12) para definir os rumos da mobilização.
Os alunos querem a reativação do restaurante universitário, cujo prédio está abandonado e foi alvo de vandalismo. O atual serviço de refeições é terceirizado e, segundo os alunos, tem custo alto. Os estudantes querem, ainda, que parte do custo da alimentação seja bancada pela universidade.
Segundo a nota, os diretores nunca fizeram qualquer objeção à discussão de um restaurante universitário. O assunto foi pautado em todas as últimas reuniões do GAC, sendo que o grupo conta com participação de representantes dos alunos. Eles entendem a questão como legítima e serão encaminhadas duas ações para atendê-las. Uma delas é a proposta de um restaurante no campus que possa atender com qualidade toda a comunidade universitária, inclusive os mais carentes.
A proposta será encaminhada aos órgãos universitários competentes para análise e discussão. Também foi proposta a abertura de processo de licitação para que uma empresa privada recupere o imóvel e opere nas instalações atuais do restaurante universitário do campus.
Essa solução, que depende do interesse de empresas do ramo alimentício, seria temporária, até a instalação de um restaurante universitário operado pela Unesp. Segundo a nota, os diretores se responsabilizam a subsidiar as refeições dos alunos carentes.