Menos de uma semana após o veto da presidente Dilma Rousseff à distribuição do kit anti-homofobia a escolas públicas, o ministro da Educação, Fernando Haddad, admitiu nesta terça-feira (31) que o novo material poderá incluir o combate a outros tipos de preconceito.
Questionado pelos jornalistas no Senado, ele disse que essa é "uma demanda" da Frente da Família - bancada que reúne deputados evangélicos e católicos -, que lhe "parece legítima" e que está sendo estudada pela comissão do MEC (Ministério da Educação) que reavalia o conteúdo do material.
- Há uma coincidência entre essa posição [do governo] e a posição dos parlamentares com quem eu conversei da Frente da Família. Todos concordam com essa diretriz: que tem que se combater qualquer tipo de discriminação e violência, qualquer que seja, na escola.
Haddad disse que, em conversas com os deputados, foi pedida uma "campanha mais ampla", que incluíssem a tolerância religiosa, a discriminação contra a mulher e questões raciais. Ele acrescentou que o MEC já tem material contra esses preconceitos.
Abordagem
O que se discute agora, segundo ele, é "a abordagem". Na semana passada, ao suspender a distribuição do kit, Dilma disse que ele fazia "propaganda de opções sexuais". Os vídeos contidos no material mostram jovens que assumem a bissexualidade, transexualidade ou lesbianismo.
Haddad evitou dizer se o novo kit poderá ser distribuído neste ano, como inicialmente previsto e revelado pelo R7.
Ele repetiu que a "última palavra" sobre o conteúdo será dada pela Secretaria de Comunicação da Presidência, depois da reavaliação a ser feita pelo Comitê de Publicações, que reúne a cúpula do MEC.